, N° 53
Editora Nova Cultural , 1980
Têmpera parou diante do quadro de Leonardo da Vinci e sorriu. Será que alguém mais, além do pai, a
acharia parecida com o anjo daquela pintura? Será que o duque tinha notado alguma semelhança? Mas
não devia ficar pensando essas coisas. O duque de Chevingham era o homem que ia casar com sua
madrasta. A própria Têmpera tinha planejado tudo, pois aquele casamento salvaria as duas da miséria.
Se ele sequer desconfiasse de que ela não era a empregada que fingia ser, se soubesse que ensinava à
madrasta todos os truques para conquistá-lo, era mais provável que a considerasse um demônio. Nunca,
um anjo.