, N° 105
Editora Nova Cultural , 1980
Jovens ciganas dançavam ao redor do fogo ao som de uma melodia alegre e selvagem. Quando a música terminou, e as dançarinas desapareceram nas sombras, Letícia estremeceu. Afinal chegara a sua hora. A música tinha mudado e agora era mais lenta e sensual. Tensa, ela iniciou o seu bailado e aos poucos já acompanhava a melodia com uma graça natural. Fascinado, o rei Vicktor a contemplava, sem saber se aquela mulher era real ou uma materialização de seus desejos mais íntimos. E enquanto dançava, Letícia pedia aos deuses que fizessem Vicktor atender aos apelos do sangue cigano que lhes corria nas veias e resolvesse aceitá-la como esposa, na mágica cerimónia de um casamento