Licor de romãs! Que bebida perfumada e romântica, pensava Ricki, recebendo o cálice das mãos de don Arturo e desviando o rosto daqueles olhos negros e perturbadores. Pela janela, via a paisagem maravilhosa da Andaluzia, uma terra quente, fértil e apaixonante, que ela tinha aprendido a amar em silêncio. Tão silenciosamente como amava don Arturo, um espanhol rigoroso e aristocrático, que jamais se dignaria olhar para uma estrangeira, uma simples empregada em sua casa. E Ricki em breve teria de partir, levando na boca o doce sabor do licor de romãs, e no sangue o veneno daquele amor, que só ela sentia...