, N° 84
Editora Nova Cultural , 1979
Lucilla parou diante dos retratos. Reconheceu facilmente o presidente e o
vice-presidente de Quito, depostos pelos revolucionários de Simón
Bolívar. Mas foi o retrato do terceiro homem, um completo desconhecido,
que chamou sua atenção, a ponto de não conseguir mais olhar para os
outros. Era moreno, alto, tinha olhos negros e frios, boca cruel e o
nariz aquilino característico da nobreza espanhola. Sem saber por quê,
sentiu que aquele rosto orgulhoso escondia algum segredo. Aproximou-se
para observar melhor. Havia um nome embaixo do retrato: Don Carlos de
Olaneta. Um arrepio percorreu seu corpo: um aviso, um pressentimento de
que aquele homem mudaria sua vida.