, N° 8
Editora Nova Cultural , 1987
De saia indiana, colares e a farta cabeleira crespa, Carla sentou-se na calçada com sua flauta e começou a tocar. Depois de algumas músicas, levantou-se com graça para passar o chapéu. Entre os rostos anônimos, encontrou o moreno de terno que vivia consultando o relógio. “Uma música, senhor?” Como não houvesse resposta, sugeriu: “Que tal a Dança das horas?” “Que tal The lady is a tramp?” — rebateu o homem, afastando-se apressado. A dama maltrapilha... Carla, magoada, jurou: aquele demônio arrogante receberia o troco por seu insulto!